sábado, 21 de dezembro de 2013

Allegiant – Divergente #3 – Veronica Roth

 

AllegiantUma escolha irá te definir. E se todo o seu mundo fosse uma mentira? E se uma única revelação - assim como uma única escolha - mudasse tudo? E se o amor e a lealdade fizessem você fazer coisas que jamais esperaria? A conclusão explosiva para a trilogia Divergente, bestseller mais vendidos do New York Times, revela os segredos de um mundo distópico que cativou milhões de leitores em "Divergente" e "Insurgente"!

ATENÇÃO! SPOILERS DOS ANTERIORES CASO VOCÊ NÃO TENHA LIDO!

Uma escolha irá definir você.

Mais uma vez, Veronica Roth não perde tempo e começa a conclusão de sua trilogia logo ao término de Insurgente. E num impasse: a quem Tris, Tobias e cia. devem lealdade? A Johanna, líder da Amizade, ou a Evelyn, líder dos sem facção?

Opa, o que eu perdi?, você está se perguntando. Bom, um dos lugares que eles passam no anterior, tentando encontrar um lugar para se estabelecer, é justamente entre os sem facção. E lá Tris conhece Evelyn, que é ninguém menos que mãe de Tobias, que todo mundo achava que estava morta. Ela é a líder deles, e é contra o sistema de facções imposto pelo governo. Evelyn forjou sua morte e fugiu para escapar da tirania de Marcus também, e ela também revela que a maior parte da população Divergente está entre os sem facção. Guarde isto. Evelyn tem um discurso convincente, e odeia Marcus com todas as forças. Só que ela é movida também pelo desejo de vingança, não só contra o marido abusivo, mas também contra o sistema que a expulsou. E como qualquer um movido puramente pela vingança, ela só vê um lado das coisas, e quem não concorda com ela, está contra ela. Ela não é nada racional, é emocional demais (mas não emotiva, não confundam), e impulsiva. E ela não tem nenhuma(ou pelo menos, não aparenta ter) reserva pelo fato de ter abandonado Tobias com Marcus. Ela só pensou nela, nada mais. (SPOILER) E quando finalmente ela invade as facções, com intuito de destituir Jeanine, ela é que acaba tomando o poder e se tornando tão tirânica quanto sua predecessora e seu marido. Isso é importante.

Enquanto isso, um grupo liderado por Johanna, chamado de Allegiant (me recuso a dar o nome em português), que defende a manutenção das facções, mas de forma diferente (daí o nome. Allegiant vem de allegiance, que é aliança, fidelidade) se prepara, nos bastidores, para destituir Evelyn. Johanna sim é racional, e tenta resolver tudo de maneira amigável. Não que ela não pegue numa arma se for necessário. E por ser da Amizade, ela sabe um pouco mais sobre o que há fora da cerca. Segredo este que Marcus também sabe, e acaba se aproveitando de Tris para expor este segredo. E diante disto, e da situação ainda mais instável em Chicago, Tris, Tobias e companhia decidem sair da cidade e ir para além da cerca.

Uma coisa que chama atenção logo de cara neste livro é que logo desde o primeiro capítulo dá para sacar que ele tem mais de um ponto de vista. Dois, mais precisamente: de Tris e de Tobias. Ambos em primeira pessoa. E desta forma, a gente nota que cada um tem ideias bem diferentes quanto á situação. Tris ao chegar no alojamento fora da cerca sente que este lugar pode se tornar um novo lar. Eles parecem ser mais transparentes, e se apoiam mutuamente. A vida parece mais simples e democrática. Só parece, mas eu falo mais daqui a pouco.

Tris está mais madura, mas ela sofre pela traição de Caleb, que a entrega para execução, e se afasta dele. Mesmo assim, quando ele é julgado e sentenciado á morte, ela não pode deixá-lo para trás. E ela também já fez as pazes com a morte dos pais, ou pelo menos entende melhor o motivo porque eles morreram. E assim, ela se volta para Tobias e acaba se entendendo com ele. Só que sua relação vai ser abalada por outro motivo (falo daqui a pouco), assim como o que Tris sabe sobre sua mãe. Só que Tris não é menina de ficar chorando pelos cantos, e se ocupa com outras coisas, tentando melhorar sua vida e de quem ela ama, e resolve seus problemas no meio tempo. Essa é uma das mil qualidades dela: ela é de ação.

Enquanto isso, Tobias tenta se entender com o que significou ter que deixar a mãe para trás, mesmo que ele não sinta pena dela. Ela ainda é a mãe que o abandonou. E sobre Marcus eu nem vou comentar. E ainda Tobias descobre neste algo sobre si mesmo que vai por um ponto de interrogação em tudo que ele acredita. E isso vai abalar sua confiança em si mesmo de um modo que ele, nem ninguém, nunca imaginou. Veja bem, no fundo ele é um garoto inseguro e com auto-estima meio baixa. Só que isso só fica mais evidente neste, porque agora temos seu POV. E ele também é muito crédulo, é muito fácil convencer Tobias de qualquer coisa. Ele não tem a mesma perspicácia de Tris. E isso vai pesar muito em algumas das escolhas dele neste, e mais uma vez abalar seriamente sua relação com Tris. Porque mesmo ele sendo vulnerável, ele não gosta de demonstrar, ainda mais diante dela. Ele tem medo de mostrar fraqueza. E isso devemos a seu pai. Gostei muito de ter o POV dele neste. O personagem ficou ainda mais denso e interessante.

Seus amigos Christina e Uriah também escaparam de Chicago e tem mais destaque. Tanto Christina como Uriah agora sentem o peso de perder alguém que eles amam. Mas ainda assim encontram dentro deles força para perdoar e seguir em frente. E os dois se unem bastante por causa disso. E a personalidade leve deles faz um bom contraponto com as mais sérias de Tris e Tobias. Também fugindo está Peter, enfrentando a desconfiança de todos pelo que já fez. E ele por isso fica mais próximo de Caleb. E a fuga de Peter é mais do que fica, ele na verdade quer mesmo é fugir de si mesmo, mas não posso falar mais para não estragar.

Vale destacar dois novos personagens. Um é Matthew, um habitante do alojamento. Ele é um cientista inteligente e bem novinho. Ele é leal e prestativo. Não posso falar mais dele porque senão entrego muito do livro, mas ele vai ter papel importante no final. E também David, o chefão do alojamento. Ele é também cientista, e tem fortes convicções, e não mede esforços para defendê-las. Mesmo, ele não tem escrúpulos em se tratando de preservar o que sabe, e ele sabe muito. Claro que em se tratando dessa trilogia, todos tem segredos, e a luta pelo poder pe constante. Aliás, acho isso uma coisa interessante na narrativa: não importa quem é, ou de onde venha, sempre vai prevalecer o desejo de dominar os outros, de um jeito ou de outro. Veronica Roth faz uma boa crítica política aqui, tanto quanto Suzanne Collins em The Hunger Games. No fim é sempre opressor contra o oprimido, e o que o dito oprimido faz ao se colocar numa posição de poder.E ainda Nita, uma residente do alojamento que tem ligações com o mundo exterior, mas não posso falar muito sem dar spoilers. Só digo que ela tem ideias bem radicais.

Aliás, este tem também muitos pontos interessantes de discussão, como preconceito, manipulação genética, as consequências dos nosso atos e nossas escolhas, o peso que elas nos trazem. A narrativa continua fluida e bem encadeada, os personagens são bem construídos e a ambientação é ótima. mesmo as partes mais técnicas da narrativa são fáceis de ler e não cansam, mesmo que o livro perca um pouco em ritmo por causa disso. Há diversas nuances e sutilezas, levando ao final explosivo e totalmente surpreendente. Chorei, vou logo entregando isso. Veronica Roth pega a gente de surpresa. E a trilogia já entrou para a categoria das favoritas. Eu li em e-book, mas gostei tanto que já adquiri o box com a trilogia completa.

Trilha sonora

Tenho várias, e no final do livro (pelo menos do meu e-book) a própria Veronica Roth listou a playlist dela. vou começar com as minhas sugestões, e depois coloco as dela.

Em primeiro lugar, e perfeita para este, What I´ve done, do Linkin Park. Uprising do Muse também. This is war e A beautiful lie, do 30 Seconds to Mars; Everybody wants to rule the world, com a Lorde; Who we are e Demons (por que não pensei nela antes?) do Imagine Dragons e Breath of life, de Florence and the Machine. (ATUALIZAÇÃO!) Esta também tem tudo a ver com a trilogia: Absence of fear, da Jewel, e It´s the fear, do Within Temptation também é ótima, especialmente para este.

Sugestões da Veronica Roth (que são ótimas também aliás)

  • Starts with one, Shiny Toy Guns: pelos aspectos bons da escolha de Tris;
  • Chasm, Flyleaf: pelos maus aspectos da escolha dela;
  • Come alive, Foo Fighters: tema amoroso de Tris;
  • Again, Flyleaf: a música de Tris para Tobias;
  • Help I´m alive, Metric: música de iniciação de Tris;
  • We die young, The Showdown: tema da facção de escolha de Tris – é o que eles escolheriam para eles;
  • Canvas, Imogen Heap: para as viagens de trem;
  • Running up that hill, Placebo: porque para ela esta música bate com o tom do livro como um todo (e é verdade);
  • Sweet Sacrifice, do Evanescence: veio na cabeça dela na primeira cena que ela escreveu (capítulo 6, acredito que do primeiro livro);
  • Arise, Flyleaf: para os capítulos 38 e 39 n(de novo, creio que do primeiro, mas como no caso da acima, vale para o livro todo).

Se você gostou de Allegiant, pode gostar também de:

  • The Hunger Games – Suzanne Collins;
  • Harry Potter – J. K. Rowling;
  • Percy Jackson – Rick Riordan;
  • Os Instrumentos Mortais – Cassandra Clare;
  • Vampire Academy – Richelle Mead;
  • Bloodlines – Richelle Mead

7 comentários:

Jéssica Soares disse...

Oi, Fê! Vim aqui só para comentar sobre a trilha sonora mesmo, decidi fugir dos spoilers hehe Então vamos lá, eu sou viciadona em Linkin Park, daí você coloca "What I've Done" logo de cara e eu já comecei a amar isso <3 (Detalhe que essa música já diz muita coisa para mim... LOL). Com "This is war" e "A beautiful lie" eu até imagino o clima desse livro... "Uprising" é muito amor <3 (que música do Muse não é?!). Músicas do Imagine Dragons: imagina se alguma música deles entra para a trilha sonora oficial mesmo? E "Breath of Life" foi tipo: ai meu Deus, Fernanda, é sacanagem escolher essa música! haha
Sobre a trilha da Veronica, eu não conhecia o Flyleaf e não curti muito, mas por ter colocado Foo Fighters e Evanescence, já tá valendo!
No final das contas, gostei mais foi da sua trilha mesmo... haha Bjs
Jéssica

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Jess!

Obrigada! :)

Beijos!

Fer

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Olá!

Não sei quem você é porque você não deixou seu nome. Não publiquei seu comentário porque continha possível spoiler, e pelo mesmo motivo não vou responder sua pergunta. Espere pelo livro e veja por si mesm@.

Fernanda

Cogumelo disse...

Oi, Fernanda, meu nome é Emilly e eu realmente gostaria de ler o ultimo livro da trilogia, por isso gostaria de saber onde você encontrou, agradeço desde já, obrigada!

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Emily!

Olha, eu comprei os três arquivos de e-book na livraria Cultura, mas gostei tanto que depois acabei comprando o box na amazon. Mas dá pra comprar o arquivo separado, e se você quiser, provavelmente encontra o livro mesmo, na sessão de pocket. Agora, se você não lê em inglês, já saiu em português, e você encontra fácil em qualquer livraria.

Beijo!



PS: também deve ter em algum site para baixar, mas eu não conheço nenhum site pra te indicar.

Anônimo disse...

A leitura em inglês é de facil compreensão ?

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Olá!

Não sei quem você é, mas sim, a leitura é até que fácil, viu. Dá para ler bem, ainda mais se você já está acostumad@.