segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Os Miseráveis – filme

 

les miserablesEu já estava louca de ansiedade para ver esse filme, contando os dias. Finalmente chegou. E assim que deu, fui correndo pra cinema pra ver. Antes de mais nada, um desabafo: por que está passando em relativamente poucas salas? Será por que, pelo que eu vi, só está passando legendado? Como aliás tem que ser, por causa das músicas. Se é isso, só tenho a lamentar. Por todo mundo que não vai ter acesso a um filme maravilhoso, que merece todas as indicações que recebeu, assim como os prêmios que já ganhou.

Eu imaginava que o filme, por ser o musical da Broadway, seria muito diferente do livro, mas não é. É, aliás, bem fiel. As digressões gigantescas ficaram de fora, claro, e um ou outro detalhe, mas fora isso, a história é a mesma, do fugitivo Jean Valjean que se redime após seu encontro com o bispo depois de roubar o mesmo bispo. Não vou repetir a historia, que você pode ver na resenha do livro.

Jena ValjeanDando vida a Valjean está Hugh Jackman, soltando o vozeirão, e numa atuação digna dos prêmios que já ganhou. Desde o começo nas galés, quando ele está quase irreconhecível (se eu não tivesse visto fotos antes, e não soubesse que era ele, não ia mesmo reconhecer), passando por Madeleine, e Fauchelevent (acho que é isso, não estou como livro por perto), e toda sua crise existencial, que pode ser resumida em Who am I?, mas que está ali o filme todo.

Anne Hathaway também merecedora de todos os prêmios. Sim, ela só aparece 20 minutos, mas são 20 minutos densos, e que ela consegue passar toda a miséria de Fantine. Se eu tinha pena dela no livro, no filme, mais ainda. Do momento em que ela é atirada para fora da fábrica de Valjean, até seu final, Anne Hathaway brilha. E a interpretação das músicas, com uma voz doce e ao mesmo tempo forte, é sentida. A caracterização dela doente também é perfeita, conseguiram deixar ela feia (se isso for possível, o que eu acho que não é).

fantine

JavertNão entendi porque da crítica a Russel Crowe. Ele fez o papel muito bem, captou direitinho (não que seja surpresa) o jeito estoico de Javert, inflexível e autoritário. E ele canta muito bem também. Talvez não tenha o mesmo alcance vocal dos outros, mas ainda assim faz bonito. E a interpretação em si é simplesmente fantástica. (SPOILER) A cena do suicídio de Javert é linda e mito triste, eu tive vontade de chorar. Só para dar uma demonstração de sua interpretação (e veja bem, no computador não é a mesma coisa, não chega nem perto do que realmente é no cinema), ouça Stars e Javert´s suicide. Será que pensaram que talvez a parte de Javert seja mais contida de propósito? Javert, como eu disse, é um personagem estoico, mais duro.

Quem também arrebenta (e, de novo, sem surpresa nenhuma) é Eddie Redmayne como Marius. E se eu não disse na resenha do livro, digo agora: me apaixonei por Marius antes de ele aparecer na história, só porque ele é vivido por Eddie Redmayne. Quem assistiu Os Pilares da Terra sabe do que estou falando. E além de um ator excelente, ele também é um ótimo cantor. E passou com perfeição o estado de embasbacamento de Marius ao ver Cosette pela primeira vez, assim como a co-liderança nas barricadas, eo sofrimento depois de tudo terminar. Aí vai um trechinho de A heart full of love.

Marius

E a pureza do relacionamento de Marius e Cosette é preservada, só acontece  mais rápido, em um dia mais precisamente. E entende-se: se fossem transportar todos os meses de corte silenciosa, de troca de olhares, o filme as duas horas e meia de filme não seriam suficientes. E Amanda Seyfried manda também muito bem, e de novo,quem assistiu Mamma Mia! sabe que ela tem uma voz linda. E já que estou falando dela, que coisa mais fofa é Isabelle Allen, que faz Cosette novinha? E que vozinha mais linda também!

ÉponineE aproveitando esse arco, vamos falar de Éponine. No filme seu participação é maior que no livro, seu amor por Marius é mais evidente. O que no livro fica pra segundo plano, mesmo porque ela só se dá conta de que ama Marius no fim. E Samantha Barks faz o papel com sensibilidade e também solta a voz de forma maravilhosa em On my own.

Enjolras

Também destaque para Daniel Huttlestone como Gavroche e Aaron Tveit como Enjolras, mandando muito bem também, e como contraponto cômico a diva Helena Bonhan-Carter e Sacha Baron Cohen como os Thénardier. (SPOILER) Adoro a parte do soco que Marius dá em Thénardier no final. Foi com gosto. Só ficou diminuído no filme o caráter cafajeste mesmo de Thénardier em relação ao livro, mas nada que prejudique o resultado final.

E por falar me final, o do filme é ainda mais lindo que do livro, e eu chorei, não tenho vergonha de admitir (e nem me surpreendo, já esperava por isso). Os cenários, a caracterização, tudo é perfeito. E o recurso de captar as canções ao vivo, em vez de gravar previamente, só fez dar ainda mais dramaticidade ao resultado e nós, assistindo, ficamos mais próximos dos personagens, sentimos todas as suas emoções. Foi uma jogada de mestre do diretor Tom Hooper. Assim. não me resta mais nada a não ser deixar vocês com o trailer:

Assistam que vale a pena. Quando a gente vê, já está no final e a gente nem percebeu. E leiam também o livro, que apesar das 1500 páginas também é uma leitura prazerosa.

Beijos e até o próximo post!

2 comentários:

Gabi Lopes disse...

OI!!

Nossa, eu estou doida para ver, minha irmã viu e falou que é realmente maravilhoso.
Não li o livro, mas é bom saber que foi bem adaptado, é horrível um filme baseado em livro cuja a adaptação peca.

Abraços
Gabi Lopes

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Gabi!

Vale muito a pena, tanto ver o filme com ler o livro. Ambos são maravilhosos, já estão entre meus preferidos e hoje mesmo já comprei a trilha sonora do filme (que ainda não estava disponível, só a partir de hoje).

Quanto a adaptações, depende. Tem algumas que mesmo com muitas alterações, acabam tendo um resultado legal, outras nem tanto.

Beijos!