domingo, 3 de junho de 2012

Cidade das Cinzas – Os Instrumentos Mortais #2 – Cassandra Clare

 

ATENÇÃO! SPOILERS SE VOCÊ NÃO LEU CIDADE DOS OSSOS!

ciade das cinzas Clary Fray só queria que sua vida voltasse ao normal. Mas o que é “normal” quando você é uma Caçadora de Sombras assassina de demônios, sua mãe está em um coma magicamente induzido e você de repente descobre que criaturas como lobisomens, vampiros e fadas realmente existem? Se Clary deixasse o mundo dos Caçadores de Sombras para trás, isso significaria mais tempo com o melhor amigo, Simon, que está se tornando mais do que só isso. Mas o mundo dos Caçadores não está disposto a abrir mão de Clary — especialmente o belo e irritante Jace, que por acaso ela descobriu ser seu irmão. E a única chance de salvar a mãe dos dois parece ser encontrar o perverso ex-Caçador de Sombras Valentim, que com certeza é louco, mau... e também o pai de Clary e Jace. Para complicar ainda mais, alguém na cidade de Nova York está matando jovens do Submundo. Será que Valentim está por trás dessas mortes? E se sim, qual é o seu objetivo? Quando o segundo dos Instrumentos Mortais, a Espada da Alma, é roubada, a aterrorizante Inquisidora chega ao Instituto para investigar — e suas suspeitas caem diretamente sobre Jace. Como Clary pode impedir os planos malignos de Valentim se Jace está disposto a trair tudo aquilo em que acredita para ajudar o pai? Nessa sequência de tirar o fôlego da série Os Instrumentos Mortais, Cassandra Clare atrai os leitores de volta para o lado mais obscuro do submundo de Nova York, onde amar nunca é seguro e o poder se torna a mais mortal das tentações.

Acho que até o final da série, Clary vai ter que fazer muita terapia para superar tudo que acontece com ela. Depois de descobrir que o garoto por quem se apaixonou é seu irmão (o tal banho de água fria que eu mencionei aqui) ela ainda descobre que sua mãe mentiu para ela a vida toda e que seu pai, que ela acreditava estar morto, é na verdade o cara mais insano do mundo dela: Valentim (eu falo dela daqui a pouco), e que Luke, que ela sempre achou que fosse um cara normal é um lobisomem, mais um detalhe que sua mãe “esqueceu” de mencionar. Como se descobrir que pertence a um mundo cheio de criaturas fantásticas não fosse suficiente.

Por essas e outras, Clary agora está mais madura. Agora que sabe quem é, tem um domínio melhor de suas emoções e não se assusta mais com tanta facilidade. Claro que ela ainda não tem treino, o que ainda faz dela um pouco frágil, mas ela está mais decidida. Ao mesmo tempo, com a impossibilidade de ter um relacionamento como ela gostaria com Jace, ela procura em Simon o consolo. Mas é só isso mesmo, não é a mesma coisa. Como ela mesma diz: ela gostaria de sentir por Simon o que ela sente por Jace e vice-versa. Mas uma coisa não mudou (e eu esqueci de mencionar isso na resenha de Cidade dos Ossos): ela continua teimosa feito mula (eu posso me identificar) e não segue os avisos de ninguém. E agora que sabe o que é, ela se acha mais poderosa do que realmente é (ela tem razão para isso, mas se for elaborar mais, vou dar spoiler desnecessária e muito precipitadamente).

Voltando à história de Clary e Jace serem irmãos, antes que eu esqueça, eu achei isso um banho de água fria por dois motivos. Primeiro o óbvio: Clary e Jace tem muita química e foram escritos para ficarem juntos. Segundo: isso é o maior clichê de amor proibido. Claro  que eu não acho que eles sejam mesmo irmãos, mas se a autora for esperta ela só vai revelar isso no momento certo. E tenho que admitir que Cassandra Clare está fazendo um bom trabalho mantendo o suspense. Ela joga tantas pistas a favor deles serem irmãos com o contrário. Mas o que ela sente por ele (e vice-versa) é muito forte, e não vai embora tão facilmente. E taca tensão entre os dois.

Jace também está com dificuldade de aceitar este novo status de Clary. Ele continua adoravelmente arrogante, sarcástico e um daredevil, acho que até mais do que já era. Mas ao mesmo tempo está mais vulnerável, e tão confuso quanto Clary. Fora toda a situação com Clary, ele não consegue se confirmar com o que seu pai, Valentim, se tornou. E enfrenta rejeição de sua família adotiva, e o preconceito por ser filho de quem é. Todo mundo acha que ele é espião de Valentim, e admito que seu comportamento não faz nada para melhorar a situação. Em certo sentido, ele lembra o Theon das Crônicas do Gelo e do Fogo. Com a diferença que Jace é mais forte, e tem muito o que perder se trair seus amigos, e Theon acha que não tem nada. Uma frase de Luke define Jace aqui muito bem: Não se pode confiar em Valentim. Mas, quando os Lightwood viraram as costas para ele, o que esperavam que ele fizesse? O Jace ainda é apenas uma criança, ainda precisa de pais. Se não o quiserem, ele vai procurar quem queira (p.272).

E falando em Luke, agora ele tem mais destaque. E encontrei mais om lobisomem para gostar, além de Lupin. Luke é como um pai para Clary, e fingiu não estar nem aí para o rapto de Jocelyn (mãe de Clary) para a segurança dela, e dele mesmo. Por ser lobisomem, ele foi banido da Clave (o grupo que regulamenta os Nephilim e os Caçadores de Sombras), e é agora membro do Submundo. E assim, é meio que perseguido pela Clave. Como ele também é Caçador (ele foi transformado depois), ele é um ótimo lutador e, bem como Lupin, ele não perdeu a humanidade ao ser transformado em lobisomem. Com uma diferença: ele controla as transformações, e mantém a consciência quando está transformado, o que previne de ataques indesejáveis a quem esteja por perto. Luke foi um dia amigo de Valentim, por isso o conhece bem, e se sente traído por ele. Mas sua motivação principal é mesmo proteger Clary (tem mais, mas, de novo, se elaborar vou dar spoiler antes da hora. Mas é meio óbvio, talvez você adivinhe).

Alec também ganha mais destaque neste livro. Ele é o irmão de Isabelle, lembra? É introspectivo, e parece não gostar de ninguém. O que não é bem verdade. E ele é quieto porque é gay, e sua família não sabe. Ele é apaixonado por Jace, e também mantém isso em segredo. E é por isso que ele não vai muito com a cara de Clary. Não que ele tenha esperanças, e na verdade ele sabe que não, mas tem medo que o amigo o rejeite se souber a verdade. Mas um novo alguém aparece em sua vida, e isso o abala um bocado.

Isabelle continua a mesma menina durona, mas também houve um mudança nela. Simon (falo dele já), que teve um rolinho com ela no primeiro livro, mexeu com ela mais do que ela imaginava. Não é nada muito declarado, mas nas poucas vezes que ela tem o foco, e ele está em cena, dá pra notar que tem alguma coisa ali. E nem ela compreende isso muito bem. Mas ela esconde isso com um ar de superioridade e indiferença.

E Simon, você de ve estar se perguntando. Simon, depois de muito tempo, finalmente se declara para Clary e aproveita as migalhas que a garota joga em seu caminho. Mas ele sabe muito bem que ela não sente a mesma coisa, o que não impede de chamá-la de namorada. E eles são mesmo por um tempinho. Só que cai de para quedas uma outra menina, Maia, uma licantrope (lobisomem, para quem não sabe) e seu coração dá uma balançada. Simon também não é mais o mesmo, e não só porque descobriu sobre os Caçadores e etc., mas por causa de outras que acontecem com ele, mas só vou falar mais tarde, quando for comentar o terceiro.

Está faltando falar do Valentim. De ameaça, agora ele é bem real. E se aproveita da confusão de Jace para tentar convocar o garoto para seu serviço, com falsas promessas e muita lábia. Valentim é maníaco por poder, e acredita piamente que está fazendo a coisa certa. Fazendo um paralelo com Harry Potter, ele se equipara com Voldemort, com ideais de pureza e muita magia negra. Interessante é que para atingir seus objetivos, ele não tem problema nenhum em usar as criaturas do Submundo. Ele convoca demônios e outros seres, mas eles não passam de uma ferramenta, e Valentim não faz questão nenhuma de esconder que quando conseguir o que quer, eles serão descartados. Aliás, Valentim não tem escrúpulos, ponto final. Ele não se importa nada em usar os próprios filhos com quiser, sem pensar no que pode causar a eles.

Eu já ia me esquecendo de uma personagem muito importante. Quando Jace é acusado de ajudar seu pai a roubar o segundo dos Instrumentos Mortais, aparece em cena a Inquisidora. O título da fulana já não é muito animador. E seu papel é esse mesmo: quase a Inquisição Espanhola. Para piorar, ela tem uma obsessão especial por Jace, sabe-se lá por que.  Ela tem certeza absoluta que Jace está mentindo, e sequer considera a possibilidade de ele ser inocente. É um mulher amarga e até mesmo meio fanática. Ela tem seus motivos, mas não vou entregar de bandeja. E acho que ela tem um grande revelação a fazer.

O ritmo deste também é bom, dá para ler rápido. E a narrativa é envolvente. Esqueci de comentar na outra resenha que ela é dividida entre os personagens, então a gente tem os pontos de vista dos principais. Este, como o outro, acaba com um ótimo gancho para o terceiro, e a gente logo quer cair de cara nele (foi o que eu fiz). Apesar da misturada de criaturas (vampiros, lobisomens, anjos, demônios, etc), parece que a autora não caiu no erro de não saber o que fazer com eles e não ter como explicar depois. Ao contrário, sua história está muito bem estruturada, e a trama não é simples, tem várias camadas e sutilezas, bem como Harry Potter (e não estou falando que uma substitui outra, porque HP é insubstituível), mas é inevitável fazer comparações, e dá para perceber de onde Cassandra Clare tirou inspiração. E não digo isso como forma de diminuis a história de Cassandra Clare. De modo algum, ela bebeu de várias fontes, mas foi independente o suficiente para desenvolver uma história prazerosa e empolgante, com personalidade própria. Vale a pena conferir.

Trilha sonora

Mais uma vez, You found me do The Fray cai como uma luva. Também deles, Over my head (cable car) também combina. Ainda Somewhere in between, do Lifehouse; Running blind, do Godsmack e This is home, do Switchfoot.

Se você gostou de Cidade das Cinzas, pode gostar também de:

  • coleção Harry Potter – J.K. Rowling;
  • série Fallen – Lauren Kate;
  • saga Crepúsculo – Stephenie Meyer;
  • série Sussurro – Becca Fitzpatrick;
  • trilogia Jogos Vorazes – Suzanne Collins;
  • Vampire Academy – Richelle Mead;
  • coleção Percy Jackson – Rick Riordan;
  • coleção Os Heróis do Olimpo – Rick Riordan.

5 comentários:

Fefa Rodrigues disse...

Feeee tem ingressos sim, o unico setor que estava esgotado é o balcão, mas até sábado tinha ingressos em todos os setores... inclusive, no camarote que eu comprei, são 4 cadeiras e só estão ocupadas a minha e a do davi... pq vc não compra no mesmo camarote????????

O meu é o C01, assentos 03 e 04!!!

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Orquídea!

Enganou sim ;D Sabe que quando eu fui pra Portugal, tinha hora que parecia que eu estava em outro país, que els falavam outra língua. E olha que eu tô acostumada como sotaque, porque minha família
e toda portuguesa.

Ainda bem que Guinevere não está no futuro de Ava;lon...ela só ia estragar tudo ;D E agora a série fica bem melhor, depois do primeiro.

Seria legal te conhecer pessaolmente. Avisa quando vier, quiem sanbe a gente não combina de se encontrar?

Beijos!

Fefa Rodrigues disse...

Feeeeeeee eu vou as 21hrs... estou sem net em casa ate sabado... camaorete C01, assento 03 e 04!!!

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Fefa!

Eu imaginei mesmo que era esse horário... não sei se consigo pro mesmo camarote, mas vou tentar pro mesmo dia. Eu tava vendo no site, você pegou bem perto do palco! Legal!

Beijos!

Anônimo disse...

Jade e clary não são irmãos não né? ?