quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Escolhida – House of Night # 3- P.C e Kristin Cast

 

chosen 2 Neste terceiro livro da série House of Night os acontecimentos tomam um rumo misterioso e perturbador. Zoey tenta encontrar uma solução para ajudar Steve Rae, que luta para manter sua frágil humanidade, antes que ela se transforme em um monstro. Entretanto, salvar sua melhor amiga significa ir contra Neferet, e para conseguir o que quer, Zoey acaba se aliando a uma inesperada pessoa, tornando-se sua confidente e parceira. Para complicar, o horror atinge a Morada da Noite quando dois assassinatos ocorrem. Zoey se vê num drama pessoal e numa posição realmente delicada. Deve guardar segredos, até mesmo de seus amigos, tomar decisões muito importantes, e agora que acabou se envolvendo com um terceiro cara, deverá lidar com os três, já que não consegue se decidir entre eles.

ATENÇÃO! SPOLIERS SE VOCÊ NÃO LEU NENHUM LIVRO DA SÉRIE HOUSE OF NIGHT!

Eu na verdade reli este livro, e não tinha postado resenha antes porque eu queria ler as sequências antes. Mas aí fui lendo outras coisas, me distraí, e, apesar de as seqüências estarem na minha estante há bastante tempo, só agora resolvi ler.

Lembro que quando escrevi as duas primeiras resenhas da série, eu não tinha sacado muito bem a Zoey. Tudo bem, ela é a mocinha, menina inteligente e independente, destinada a ser líder. Mas agora, ao reler os três primeiros da série, vi outros pontos nela. Em primeiro lugar, que ela é um tanto arrogante. quer dizer, a fulana cai de pára-quedas na Morada da Noite, e logo no primeiro dia já decide que tem que fazer alguma coisa para tirar Afrodite do poder. Quem é ela pra fazer isso? Você responde: a escolhida de Nyx. Fine, mas ela resolve tramar o tomada de poder em dia? Sei lá, meio estranho. E depois, neste, ela literalmente vira uma piranha. Vagaba de primeira. Não bastasse ela ter 2 namorados (já diz alguma coisa), ainda dá mole pro professor-gato Loren Blake (ai, ai, uns com tanto, outros com tão pouco…rs). Tudo bem, tem o tal Imprint (aqui não é como o estúpido imprint dos lobisomens de Crepúsculo. Acontece quando um vamp mais forte compartilha o sangue com um mais fraco, ou quando o vamp o faz com algum humano. De qualquer forma, o tal imprintado vira meio que um escravo do outro. É, é tão idiota quanto em Crepúsculo, mas aqui a ligação pode ser quebrada e o sujeito não perde o senso de identidade. E não vou usar o termo em português – que acabei de ler no quarto – porque é ridículo demais), mas ela também não luta lá com muita vontade contra isso. Racionalmente, ela sabe que isso não é certo, mas na hora H, dane-se o racional, e de forma consciente ela mantém a ligação com Heath (boyfriend 1), enquanto namora Erik (boyfriend 2) e dá em cima do tal Loren. Sério, parece uma gata no cio.

Some-se a isso as decisões mais estapafúrdias que ela toma, e pronto, a garota entra numa verdadeira novela mexicana. Algumas dessas decisões foram necessárias, mas outras foram totalmente despropositadas. Não vou falar quais para não estragar o desfecho, mas que dá raiva, dá. Quer dizer, a menina é supostamente inteligente, como faz umas burradas dessas? E o pior é ver a garota se fazendo de vítima. Tudo bem, de certa forma ela até é mesmo, mas mesmo assim. Pelo menos, ela não é de ficar chorando pelos cantos, e sabe muito bem o que fez de errado. Tem até consciência de que ela merece tudo o que recai sobre ela. Menos mal.

Quanto aos amigos (Damien, as gêmeas e Jack) não posso dizer que são lá muito bons. As gêmeas, que de gêmeas não tem nada, a não ser o fato de serem igualmente fúteis e terem o hábito irritantíssimo de completar as frases uma da outra, são totalmente descartáveis a meu ver. Só estão no livro pra formar o círculo, por causa de suas afinidades com fogo e água. Damien é supostamente inteligente e mais denso, mas ainda assim, como as gêmeas, no primeiro teste de amizade, vira as costas para Zoey sem tentar ouvir a versão dela. Ainda há um monte de livros da série, e só posso esperar que isso mude. Pelo que já li do quarto, parece que isso vai melhorar.

Reparou que deixei Stevie Rae de fora? Foi de propósito. Agora que ela é morta-viva, ficou ainda mais legal. Não no sentido de ser boazinha, mas como personagem, ela ganhou muito. Ao morrer (porque ela chegou a morrer), ela se tornou algo diferente e sinistro. Mas de alguma forma, ela ainda reteve um restinho de sua humanidade, o que motiva Zoey a partir em seu resgate. Ela agora é fria, só demonstra emoção para caçar (e sua caça é humana), age só por instinto, e é um mistério. E ela é peça fundamental na trama que se desenrola daqui pra frente. Estou ansiosa para saber como ela vai se sair nos próximos.

Afrodite, de mimadinha e insuportável, e agora expulsa das Filhas das Trevas, agora é aliada de Zoey. E ela é uma personagem bem legal também. é ela que tem as sacadas mais ácidas, é desbocada e até grosseira. Mas, apesar disso, e da inimizade com Zoey, é ela quem permanece fiel a ela. E também se mostra mais inteligente e perspicaz. Neste, ela tem algumas surpresas, umas boas e outras nem tanto. E aos poucos, vai deixando de ser tão detestável.

E a grande vilã, Neferet, é outro ponto forte do livro. Perfeita duas-caras, ela posa de amável e maternal, mas na verdade é falsa, ambiciosa e manipuladora. Ela passa longe das grandes vilãs (como Cersei, Morgana – se bem que eu não acho que Morgana seja vilã – e Guinevere das Brumas), mas ela é aquele tipo de vilã que apaixona ao mesmo tempo que desperta o ódio. E, juntamente com Stevie Rae, é ela que vai dar o rumo que a série está tomando.

Os acontecimentos ainda são muito rápidos. Este se passa um mês depois do final de Traída, e tudo acontece em uma semana no máximo. Os capítulos curtos e bem encadeados deixam a leitura gostosa e a gente fica grudado no livro até o final. A partir deste, a história toma um rumo mais sombrio e violento. As mortes retratadas não deixam nada a dever a George R. R. Martin ou Dan Brown. O livro não é assim nenhuma grande leitura, mas como passatempo vale a pena. É sexy e a linguagem atual, cheia de referências à cultura pop fazem com que a gente se identifique com algumas coisas, e até tiram aquele sorrisinho maroto, como quando Dean faz uma piadinha em Supernatural. Como eu disse, não espere uma obra-prima, mas uma leitura leve e descompromissada.

Trilha sonora

Through Hell, do We are the fallen, é perfeita. Também It's my own cheating heart that makes me cry, do Glasvegas (desculpa a tradução em espanhol, mas foi o único link que eu achei com Vampire Diaries e a letra. É superdifícil mesmo entender o que o cara fala, porque eles são escoceses, e a letra tem tudo a ver com o livro). Unfaithful, a única boa da Rihanna (bom, Umbrella passa. Mas adoro o piano nesta) também tem tudo a ver. Finalmente, Everybody's fool, do Evanescence.

Se você gostou de Escolhida, pode gostar também de:

  • saga Crepúsculo – Stephenie Meyer;
  • The Vampire Diaries – L. J. Smith;
  • Vampire Academy – Richelle Mead;
  • coleção Sussurro – Becca Fitzpatrick;
  • série Fallen – Lauren Kate
  • Irmandade das Adagas Negras – J. R. Ward;
  • série Sookie Stackhouse – Charlene Harris;

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