terça-feira, 20 de setembro de 2011

As últimas quatro coisas – Paul Hoffman

 

44 coisas Morte, Julgamento, Céu e Inferno
As últimas quatro coisas a que me apego.

Voltando ao Santuário dos Redentores, Thomas Cale é avisado pelo Lorde da Guerra que a destruição da humanidade é necessária, a única maneira de desfazer o maior erro de Deus. Cale aparentemente aceita o seu papel no fim do mundo: foi destinado a ser a Mão Esquerda de Deus, o Anjo da Morte. O poder absoluto está a seu alcance, o ardor aterrorizante e poderio militar dos Redentores é uma arma para ele utilizar tão simplesmente quanto uma vez utilizara uma faca. Mas talvez nem mesmo o poder sombrio que os Redentores detêm é suficiente para Cale – o menino que se transforma a partir do amor ao ódio venenoso num piscar de olhos, o menino que alterna entre a bondade e a violência pura em um piscar de olhos. O aniquilamento que os Redentores procuram pode estar nas mãos de Cale – mas sua alma é muito mais complexa do que poderiam imaginar.

ATENÇÃO! SPOILERS SE VOCÊ NÃO LEU A MÃO ESQUERDA DE DEUS!

Assim que vi esse livro na livraria nem pensei. Peguei logo e trouxe para casa. E, mal acabei The Throne of Fire, já comecei. Não aguentava mais esperar, queria ver como a saga de Cale continuava. O livro começa algumas semanas depois do término do primeiro, com Cale agora com o Redentor Bosco.

Sim, você leu certo. Depois da luta com os Materazzi e da traição de Arbell, Cale volta com Bosco para o Santuário, agora no cargo de Anjo da Morte, e com todos os privilégios possíveis. Bosco agora trata Cale como se fosse a própria reencarnação do Redentor Enforcado. Ele tem seu próprio quarto, come do melhor  e pode até fazer umas visitinhas às meninas do convento. Tudo com a conivência de Bosco.

Isto porque Bosco tem um propósito. E sua ambição é bem alta. E Cale só é de serventia para ele enquanto for conveniente.E a política dos Redentores domina esta segunda parte. Boa parte dele se passa com Bosco tramando algo. Algumas vezes ele até deixa Cale por dentro das coisas, outras não. E aqui dá para ver bem como ele é ardiloso e hipócrita.

O que Bosco não sabe é que Cale também só tira proveito da aliança enquanto isso for vantajoso para ele. Ele continua com o objetivo de destruir os Redentores e alguém muito sábio uma vez disse: mantenha seus amigos perto, e seus inimigos mais perto ainda. Se Cale já ouviu isso, deve ter atribuído a IdrisPukke. Mas o fato é que acho que é isso que ele faz. Como no primeiro, é difícil de saber o que se passa em sua cabeça. Por outro lado, ele está mais falante e mais abusado. E tem horas que ele incorpora um espiritozinho Dr. House (ele ainda não domina o dom do sarcasmo como Greg, mas está pegando o jeito).

E se ele não deixa transparecer o que está na sua cabeça, seu coração é um livro aberto. Apesar da mágoa e raiva de Arbell, é claro que ele ainda a ama muito e sente sua falta. E, depois que a raiva inicial diminui, a dor é quase demais para aguentar. Então Cale extravasa fazendo o  que faz de melhor: planejando e lutando a guerra. E assim, ele acaba criando uma reputação de anjo vingador e de fúria de Deus. O que contrasta com o outro lado dele: o de imensa bondade. Ele sabe ser gentil, mas somente com quem merece sua gentileza. Essa dualidade é o que me atrai nele, e é por isso que ele é meu preferido.

Enquanto isso, Henri Embromador, junto com Kleist e IdrisPukke, foge de Memphis e vai atrás de Cale. O plano acaba dando errado e ela é capturado. Mas sua sorte muda quando o levam para o Santuário, e ele reencontra Cale. A partir daí, ele desfruta dos mesmos benefícios do amigo, e passa a ser seu maior conselheiro. E, apesar de Henri ser o mais ingênuo e infantil dos três, ele sempre dá bons conselhos e mostra que é muito observador. Ele percebe muito bem o mundo a sua volta. E, além disso, não é que ele acaba revelando um lado Don Juan bem interessante?

Kleist, por sua vez, continua desconfiado e arredio. E o instinto de sobrevivência dele é o mais forte dos três meninos. Mas isso muda radicalmente quando ele conhece e inadvertidamente salva Daisy, uma integrante do grupo dos cleptos (sim, eles tem esse nome sugestivo por causa do costume de roubar coisas). Kleist é atropelado pela força do primeiro amor, e apesar da resistência inicial, acaba sendo amis forte que ele e ele meio que se torna o líder dos cleptos, por causa de Daisy. Ele amadurece bastante nesse processo, mas ainda mantém uma certa inocência. E mostra um lado novo, mais meigo e carinhoso. Daisy, por outro lado, é uma mulher forte e de opinião. Faz o que quer e aceita as consequências de queixo erguido.

Arbell aparece só na segunda metade do livro. E ela tem novidades. E uma dúvida, mas não revelar o que é. Ela agora está casada, mas, como acontece com Cale, ainda á apaixonada por ele. E a dor de tê-lo traído (ainda que ela tenha sido levada a fazê-lo) ainda é muito grande. Uma das melhores (se não a melhor) do livro é justamente a pequena interação dela com Cale. É muito tensa e, na minha opinião, bem escrita. Mas ela não está nem perto do que era no primeiro.

IdrisPukke aparece pouco, e, como Arbell, só na segunda metade do livro. Mas ele está presente o tempo todo na forma das pérolas de sabedoria que Cale adora citar (mesmo que seja somente em pensamento). Vipond também aparece pouco, só no final.

A impressão é que as peças estão se posicionando no tabuleiro, armando a última jogada. Mas de forma geral, sinceramente esse perde um pouco em relação ao primeiro. O ritmo é mais arrastado (em parte por causa de toda a política) e também porque as batalhas em geral, apesar do número, não são tão movimentadas, ainda que sejam bem sangrentas. E, para ser sincera, eu esperava mais de Cale, agora que ele se tornou o Anjo da Morte. Uma coisa que não mudou foi a fortíssima crítica à Igreja que Paul Hoffman faz. Acho até que está mais pesada neste, chegando até mesmo a citar o nome do atual papa (Bento) em um comentário bem ácido. Mas o final deixa vários ganchos para o próximo. Agora é esperar para ver.

Trilha sonora

This is war, Kings and Queens e, mais uma vez, From Yesterday, do 30 Seconds to Mars. Youth of the nation, do POD; I don't wanna be, do Gavin DeGraw (esta versão está muito legal); de novo Live and let die. com o Guns (Sir Paul McCartney que me desculpe, já disse isso, mas com o Guns é bem melhor) e Send the pain below, do Chevelle.

Se você gostou de As últimas quatro coisas, pode gostar também de:

  • coleção Dexter – Jeff Lindsey

Um comentário:

Fefa Rodrigues disse...

Nossa fe, vc lê muito rápido hehehehe... enquanto eu to em Guerras dos Tronos ainda, vc ja leu uns 3 livros hehehehe.... nunca vou conseguir te acompanhar!!!

Retornando... estou amando Guerra dos Tronos, no começo estava achando meio lento, mas agora qu estou na reta final estou louca pra ler o próximo que ja está na estante... eu ia revesar com outra leitura, mas acho q vou seguir a sequencia mesmo... e se no final Dany e Jon ficarem de alçguma forma juntos, como na sua teoria, eu vou gostar!!!