terça-feira, 9 de novembro de 2010

Mais algumas considerações sobre a Saga Crepúsculo

 

Acho que a histeria gerada pela mera presença de Robert Pattinson e (argh!) Kirsten Stweart no Brasil foi o que me inspirou a escrever aquelas outras considerações sobre a saga Crepúsculo que eu tinha prometido há algum tempo.

Em primeiro lugar, não retiro o que disse antes. Continuo gostando da série. É fato que se eu começasse a ler Crepúsculo hoje, em uma semana (ou menos) acabaria Amanhecer. Já disse, é hipnotizante, e é só começar que eu não consigo largar. Não sei como Stephenie Meyer faz isso, mas a série realmente prende a atenção até o final.

Mas agora, depois de pensar mais friamente a respeito, dá pra perceber que há vários problemas com a saga. O pior deles, ao meu ver, é a pentelha da Bela engravidar. Hello! Edward está morto! Nem com todos os tratamentos de fertilidade disponíveis uma “sementinha” de 100 anos sobrevive. O mecanismo para isso é que é teoricamente possível, já que, apesar de morto, tem sangue correndo nas veias de um vampiro. Mas daí a engravidar alguém, é muito pra minha cabeça.

Aí vem outra aberração, a começar pelo nome: Renesmée. Além de ser uma criatura esquisita, meio vampira, meio humana, já pensou quanta terapia a coisinha vai ter que fazer com um nome desse? Achei desnecessária, ela está aí só pra Jacob não ficar sozinho, coisa que ele até merecia. Ou, pra não ser tão ruim com ele, deveria acabar com a Leah. Seria bem feito, ela colocaria o chato no seu lugar. Umas boas porradas não seriam ruins para ele (tough break, não gosto mesmo dele).

Fora que é bizarríssimo o tal do imprinting. A meu ver, é só mais uma amarra para os lobisomens. Por isso eu digo, é melhor ser vampiro, que é mais livre.  Só acho que os vampiros de Crepúsculo deveriam ter menos escrúpulos e se comportar mais como vampiros.

Sim, há várias falhas com a história, que pensando bem, é bem fraquinha, mas não nego, me vicia. Acho que é aquele famoso prazer culpado: é trash, mas eu não consigo viver sem, como Supernatural (ai, Winchester boys são a minha perdição, can’t get enough of them).

Além disso, os filmes contribuíram muito para que a saga perdesse seu encanto. Lua Nova e Eclipse são melhorzinhos, mas o estrago já tinha sido feito com Crepúsculo. E isso não tem nada a ver com incompetência dos atores. Aliás, já disse isso, não acho que Robert Pattinson seja de todo mau ator. É só ver que ele manda bem como Cedric em O Cálice de Fogo, mas quando o cara é mau conduzido, como no caso da saga, não tem muita escapatória a não ser ser medíocre. E essa é a minha teoria para Daniel Radcliffe. Até o Cálice, ele até manda bem, não é tão inexpressivo, mas bastou aquele incompetente do David Yates assumir a direção da série que foi por água abaixo. Quanto ao resto do elenco, Taylor Lautner força muito a atuação e Kirsten Stweart é uma insossa, sempre com aquela cara de peixe morto, com a boca aberta (será que ela não consegue fechar?).

E, a melhor de todos é, sem dúvida, Dakota Fanning, como Jane. Aliás, os vilões, para variar, é que são a verdadeira delícia. Sim, gosto muito de Edward, por seu humor tipicamente sarcástico, tirando barato com outros personagens sem que eles notem (principalmente Bela), como se fosse um segredinho entre ele e o leitor. Mas os vilões é que são as verdadeiras jóias da trama. Pena que o final seja tão anticlimático.

Mudo minha opnião em uma coisa: os vampiros de André Vianco são melhores, e os livros, apesar de uma viajada animal, são melhores. E, claro que existem outros muito melhores, como todos os Harry Potter, Percy Jackson, As crônicas de Artur, coleção Força Sigma, só para citar alguns, mas Crepúsculo ainda é uma leitura agradável, ideal para quando não se quer pensar muito (claro, não requer nenhum esforço).

Dito isto, termino dizendo que está na hora de Stephenie Meyer descer de seu pedestal e começar a agir como adulta e profissional, e aprenda um pouquinho com outros autores, como Rick Riordan e the Godess Rowling. Quem sabe assim ela consegue fazer uma saga com história boa de verdade.

Um comentário:

Susana disse...

"the Godess Rowling" haha certeza!
tenho que concordar, Crepúsculo, é um prazer culposo!